Em síntese, Larman (2005, p. 46) diz que o processo unificado (UP) é uma abordagem para o desenvolvimento, implantação e manutenção de software, sendo este um processo interativo e adaptativo. Foi desenvolvido para ser trabalhar com orientação objeto. É um conjunto de atividades flexíveis e aberto ao trabalho em conjunto com outras metodologias interativas. Nota-se que os artefatos e práticas do Processo Unificado são opcionais, ou seja, a equipe pode selecionar o que irá usar de acordo com o problema e necessidade da equipe.
SCRUM é uma metodologia ágil que descreve um conjunto de boas práticas objetivas e adaptáveis, voltada para o gerenciamento de projetos. Tem como premissa estabelecer um processo interativo e incremental trazendo uma nova visão na capacidade e adequação de gestão de projetos (PRIKLADNICKI, 2009).
Tomando como base as duas metodologias Cho ([S.l.]) aponta a possibilidade do uso em conjunto, adaptando o Processo Unificado para o trabalho com Scrum, assim sendo seguindo alguma premissas pode-se sugerir o modelo apresentado na Figura 1 e seguir determinadas condições:
Figura 1- Modelo hibrido de UP com Scrum. (Fonte: Chao)
- Marçal (2009) diz que o Scrum reúne atividades de monitoramento e feedback, em geral, reuniões rápidas e diárias com toda a equipe, visando à identificação e correção de quaisquer deficiências. Aplicando o Dayling Scrum ao UP deve ser ajustado aplicando mais disciplina na equipe, o que pode ser observado é que tanto Sprint Planning Meeting como Sprint Review Meeting já existe de forma parecida no UP na avaliação do que deverá ser realizado e a reunião após o termino de uma interação, respectivamente.
- Analisando outro ponto Siqueira (2007) aponta pelo fato do Scrum geralmente trabalhar com complexidade e gerenciamento de software, é utilizado o gerenciamento distribuído das responsabilidades através de três funções bem definidas. Em Larman (2005) observa-se a existência de vários papeis como arquiteto de software e desenvolvedor. Assim sendo deverá haver uma integração entre todos onde o gerente do projeto passa a ser o Scrum Master e o Cliente passar a ser o Product Onwer e os outros integrantes da empresa o Team.
- Pressman (2011) descreve que as metodologias ágeis dão mais valor a pessoas e processos ao invés de documentação abrangente. Já em Larman (2005) observa-se que PU se tem estilo de documentação, mesmo que seja de forma gradativa utilizando, por exemplo, digramas de UML. O que se deve conciliar entre as duas metodologias o que agregaria valor ao negocio, não deixando de documentar, mas também não criar o que não tem necessidade.
- Prikladnicki (2009) aponta que as equipe para o trabalho com Scrum são composta de 5 a no máximo 10 pessoas. Em confronto Larman (2005) diz que o UP por ser usado em projetos grandes se tem equipes maiores. Assim para um trabalho em conjunto entre as duas metodologias seria necessário formar equipes que contenham no máximo 10 pessoas, mas que sejam capazes de conduzir o projeto sem se afetado por falta de algum papel. Para atender uma empresa de 100 funcionários seria necessário dividir, por exemplo, em 10 equipes mais que foque eu alguma parte do projeto ou em projetos diferentes.
Finalizando, podemos dizer que as fases principais e disciplinas de RUP podem proporcionar uma nova plataforma de métodos, e as reuniões, papéis e artefatos do Scrum podem oferecer gerenciamento e rastreamento no novo modelo.
Referências:
CHO, Juyun. A hybrid software development method for large-scale projects: rational unified process with Scrum. [S.l.]. Colorado State University-Pueblo.
LARMAN, Craig. Utilizando UML e padrões: Uma introdução à análise e ao projeto orientado a objetos e o processo interativo. 3ª ed. São Paulo: Bookman, 2005.
MARÇAL, Ana Sofia Cysneiros. SCRUMMI: Um processo de gestão ágil baseado em Scrum e aderente ao CMMI 2009. 205 p. Universidade de Fortaleza.
PRESSMAN, Roger S. Engenharia de Software. 3 ed. São Paulo: Makron Books, 1995. 1056 p.
PRIKLADNICKI, Rafael; ORTH, Afonso Inácio. Planejamento e gerencia de projetos. Porto Alegre: Edipucrs, 2009. 179 p.
SIQUEIRA, Henrique Borges Alencar. Mapeamento das práticas de scrum nas áreas de processo do CMMI e uma proposta para sua aderência. 2007. 57 p. Universidade Federal de Recife.
